Wednesday, October 15, 2014

A última crônica de amor

A última crônica de amor…

por Augusto Cezar - DOM | 13 de outubro de 2014 7:20
Se o amor é descobrir um “outro” que mora no outro, se o amor é este abrir de possibilidades na vida onde, através do olhar do ser amado, nos descobrimos maiores e melhores do que realmente somos: a morte do amor é desertificação dos dias e da alma.
Quando morre o amor não é apenas um sentimento que parte, uma afeição. A morte do amor é sempre um pouco (muito) a morte do ser amado, amante. Porque o amor não é uma ideia do amor. Não podemos ideologizar o amor. O amor é sempre uma pessoa, nascida de outras duas: o casal.
A última crônica de amor…

“Eterno enquanto dure…”, afirma o poeta. O amor tem esta vocação para eternidade. Mas vocação é um chamado, convite. Pode-se ser chamado a ir a algum lugar mas perder-se do caminho e não se chegar nunca. Pode-se passar a vida em busca do amor mas também ver os dias desgastando-se no GPS do coração que sempre insiste me dizer: recalculando a rota. E o amor nunca chega.
Às vezes, o amor chega mas não dura. E nada mais triste do que amor que não vinga, que não dá certo. Porque o amor para dar certo tem que se dar, certo? E dar é perder-se. Porque quem se acha muito não tem como ser encontrado pelo amor, nem pelo ser amado.
A vida está aí cheia de amores que não deram certo: amores sufocados, amores invejados, com cobranças demais, expectativas demais, intensidades demais. Parece que o amor gosta exatamente do contrário: de poucas certezas, de poucas exigências. Parece que o amor se faz mais e maior quanto menos e menor nos fazemos.
“O amor que move o sol, assim como as estrelas…”, afirmava Dante. Eu não me meto com isso. Não entendo de sol e nem de estrelas. E hoje acordei com este titulo aí, “quando morre o amor”. Sei que alguém dirá que se morreu, não era amor. Pode ser. Há também aqueles que dirão que tudo morre se não houver cuidado. Pode ser. Não tenho verdades. Sou como disse um cronista uma vez, criança pobre com rosto colado na vitrine da loja de brinquedos.
E como termino esta “última crônica de amor”? Haverá esperança para os amores doentes, os amores tomados pela virose cotidiana da finitude?
Acredito que sim.
Se todos tem suas definições sobe o amor me permito ter a minha.
Para mim, todo Amor verdadeiro é uma ressurreição!

Source URL: http://catholicus.org/noticias/ultima-cronica-de-amor/

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